Mesmo com imagem positiva do turismo baiano, Salvador não é bem avaliada mundialmente





Mesmo com a Bahia ainda mantendo uma imagem positiva no turismo internacional, Salvador fica atrás de outras capitais do Brasil, a exemplo de Fortaleza, Recife e Maceió. Nesta quarta-feira (27), é comemorado o Dia Mundial do Turismo e o Varela Notícias conversou com a professora e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), Mariana Aldrigui, sobre a situação baiana e também sobre um panorama nacional do turismo. Segundo a especialista, a Bahia como um todo é vista de forma positiva fora do país, principalmente pelo Carnaval e as praias do estado. “A imagem da Bahia como estado é uma imagem muito positiva. A gente percebe que o Carnaval da Bahia está se internacionalizando. Então, pela questão musical e pela cena cultural baiana, o Brasil também é conhecido no exterior. Essas coisas da manifestação de bailes, de shows, de música, de festas atraem para a Bahia. E especialmente as praias, a questão do litoral do estado como um todo, elas são muito bem vistas e muito bem avaliadas”, explicou.
Embora o estado seja bem visto internacionalmente, Mariana alega que o momento de glória da Bahia foi há cerca de 15 anos, quando levado em consideração o turismo realizado dentro do próprio Brasil. “A impressão que a gente tem é que houve um momento de glória da Bahia há pelo menos uns 15 anos atrás que precisaria ser retomado. Perdeu um pouco de espaço no marketing brasileiro, mas eu não creio que tenha se perdido internacionalmente Salvador em si perde um pouco para outras capitais brasileiras no quesito de imagem mesmo”, disse.
De acordo com a profissional, notícias negativas sobre o Brasil como um todo são as que mais geram repercussão na mídia mundial e, consequentemente interferem na vinda de turistas para as terras tupiniquins. “A gente está gerando muita notícia negativa e não consegue promover notícias positivas que equilibrem para dizer: ‘olha, tem o lado violento, mas tem o lado seguro’. Até desmontar essa imagem é um esforço de anos. Não é uma campanha, serão 12, 15 anos trabalhando para isso. A violência é um anti-marketing, sem dúvida, e a gente vai ter que trabalhar como nação mesmo para combater isso e melhorar a imagem do país internacionalmente”, frisou.
Outro ponto apontado pela professora é forma como o Brasil investe em divulgação do turismo. Segundo ela, o país adota exemplos de países como México e Espanha, por exemplo, sem levar em considerações as características e limitações brasileiras. “A gente precisa investir mais em países que têm conexão direta, que a imagem do Brasil seja positiva. Porque, do contrário, a gente está gastando um dinheiro que já não existe com resultados muito pequenos. É disparatada a forma em que se pensa a promoção brasileira”, criticou.


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