"A cada ano aumenta, vamos para onde?" questiona comandante geral da PM



A polêmica com o número de dias do Carnaval de Salvador ainda rende mesmo com o fim da folia. Nesta quarta-feira (6), durante apresentação do balanço de ações da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), o comandante geral da Polícia Militar da Bahia (PM-BA), Anselmo Brandão, criticou o aumento nos dias de festa.
"Isso deve ser discutido com os órgãos. Tem que ter um ponto de equilíbrio. Nós começamos com sete dias. A cada ano, eu me recordo, de 2015 pra cá, está aumentando um dia e já estamos em 12. Vamos para onde? Em 13, 14? Tem que ter um medidor. As pessoas já estão percebendo isso. E para o órgão do Estado demanda recurso e para o policial, são os mesmos variando escala e aumentando os dias de serviço, apesar de serem remunerados, mas acho que tem que ter um equilíbrio", declarou.
O comandante também aproveitou para destacar o trabalho dos policiais militares durante a festa. "Tivemos a redução das ocorrências pelo fato do próprio já ter a consciência que para ter segurança o policial não precisa disputar espaço com ele, pois isso incomoda o folião e as vezes leva o policial ao uso de força por causa da necessidade dessa passagem".
Brandão garantiu que um dos pontos altos da operação da PM foi a diminuição dos policiais circulando pelo circuito e instalados em pontos estratégicos. "Inclusive essa temática do espaço no Carnaval, nós já vamos implantar no Carnaval de 2020. Nós percebemos que com o aumento das pessoas nos circuitos, os órgãos de segurança têm que evitar o acesso dos policiais no meio do povo  porque é um gerador de violência também por disputar espaço junto com o folião. Então, já estamos estudando essa temática".
A medida inclusive será novamente adotada e com a implantação de mais plataformas elevadas. "Esse ano já colocamos em prática, tanto que houve poucas cenas de emprego de policiais em algumas ações de força. Isso já demonstra que a rua tem que ser mais aberta para possa fluir melhor. Por isso, nós vamos ampliar a quantidade de postos elevados de segurança, ou seja, os policiais ficarão em plataformas e o povo na rua. Só vamos fazer as intervenções quando fomos solicitados", concluiu.

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