BC dos EUA relaciona desvalorização do real a 'turbulência política'

 

BC dos EUA relaciona desvalorização do real a 'turbulência política'

Moeda brasileira desvalorizou cerca de 5% em relação ao dólar entre os meses de junho e julho, destacou o Fed 

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Fed também cita a evolução da covid-19 no Brasil

Fed também cita a evolução da covid-19 no Brasil

Pilar Olivares/Reuters - 8.7.2019

A ata da última reunião de política monetária do Fed (Federal Reserve), banco central dos Estados Unidos, divulgada nesta quarta-feira (19) trouxe uma referência ao Brasil, citando que o real desvalorizou ante o dólar entre junho e julho em meio a "turbulência política" e o "crescentes" número de casos de covid-19 no Brasil.

No texto, o Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto do Fed) citou que o índice do dólar acompanhado pela equipe do BC dos EUA teve leve queda no período entre as reuniões de 9-10 de junho e 28-29 de julho, com o euro em alta de cerca de 3% nesse intervalo.

"Em contraste, o real brasileiro desvalorizou cerca de 5% em relação ao dólar, em meio a continuação dos cortes nas taxas de juros pelo Banco Central do Brasil, casos crescentes de coronavírus e turbulência política no Brasil", disse o Fed no documento.

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O dólar, que já vinha em alta, acelerou os ganhos após a divulgação da ata do Fomc para perto de R$ 5,54. O Banco Central atuou no mercado com oferta líquida de contratos de swap cambial, mas a moeda se mantinha em firme valorização de 1,05%, para R$ 5,5268.

O real figura com o pior desempenho entre moedas emergentes comparáveis na sessão desta quarta-feira e cai 27,3% em 2020, de longe a maior queda entre as principais divisas.

Estados Unidos

No documento, os dirigentes do Fed reconhecem melhora das condições financeiras nos Estados Unidos nos últimos meses. Para eles, isso reflete, em parte, os apoios monetários e fiscais oferecidos à economia em meio à crise da covid-19. A avaliação consta na ata da mais recente reunião de política monetária da entidade.

"Após quedas acentuadas, a atividade econômica e o emprego aumentaram ligeiramente nos últimos meses, mas permaneceram bem abaixo dos níveis no início do ano", pondera o documento, citando, ainda, fraca demanda por petróleo e baixos preços da commodity. Esse fator, na avaliação dos dirigentes, estaria contendo a inflação no país. "Dirigentes viram estoque de petróleo ainda em excesso", também informa a ata.

A ata ainda informa que, na avaliação dos dirigentes, o efeito geral da pandemia sobre os preços foi visto como "desinflacionário", apesar dos riscos às cadeias de abastecimento. Na reunião de política monetária, o grupo concordou que a trajetória da economia depende, fundamentalmente, do controle do novo coronavírus, algo "altamente incerto", como já vinham sinalizando em eventos nas últimas semanas.

Ainda assim, a ata traz que a recuperação dos gastos do consumidor foi "particularmente forte". "Os gastos das famílias provavelmente recuperaram cerca de metade do declínio", analisaram os dirigentes. "Gasto de famílias com lazer deve ser moderado por um tempo e restringir recuperação", ponderaram.

Fonte: R7

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