Prorrogação de medidas restritivas na Bahia: distanciamento do Governo do Estado de realidades locais.

Por: Thiago Rodriguez
Imagens da internet

O decreto já estabelecido pelo Governo da Bahia desde meados de março ganhou novas extensões nesta quinta-feira, 25. O decreto amplia medidas restritivas a partir desta segunda (29) até a próxima segunda (5). Tais medidas fazem parte da proposta do Governo em tentar diminuir a incidência de casos do novo coronavírus em todo o estado e destaca a manutenção e funcionamento apenas do que for considerado serviço essencial.

 Uma questão que deixa dúvidas, entretanto, se encontra nas extensões do decreto estadual ao estabelecer toques de recolher, especificamente das 18 às 5 da manhã diariamente, além da proibição de funcionamento de academias de ginástica, musculação, comércio de bares e restaurantes, vedados os serviços que puderem realizar delivery. 

Levando em consideração o município de Barreiras, o impacto das medidas restritivas, especialmente sobre o pequeno comerciante, têm demonstrado o distanciamento das medidas de planejamento do Governo do Estado no combate à pandemia em relação à adoção de medidas sanitárias que possam diminuir o agravamento da crise causada pela própria pandemia em relação às economias locais. 

Se por um lado, torna-se essencial manter a população protegida e diminuindo a circulação da contaminação pelo Covid-19, por outro, as medidas adotadas revelam abismos entre aqueles que podem se manter, mesmo nesse período restritivo, em contraste com aqueles que não conseguem manter suas atividades, mesmo as básicas. 

Pouco adianta, em relação às normas de segurança e saúde pública, vetar parte do comércio enquanto uma outra parte, como os grande atacados, feiras livres, avenidas comerciais etc. permanecem com o mesmo movimento, especialmente no período noturno, nesse sentido, considerando o atual retrato de Barreiras, existe uma cidade que não fica restrita , de modo nenhum, a alguns, enquanto para outros, as restrições abalam em cheio, especialmente na economia diária, na necessidade do dia a dia. Para esses comerciantes fica a dúvida a respeito de um futuro, principalmente daquele que depende de soluções.

 O que ocorre? Falta articulação por parte do Governo do Estado com as gestões locais, com os dirigentes comerciais e com demais responsáveis pelas questões sanitárias e de saúde pública que possam traçar uma saída inteligente e eficaz em relação aos prejuízos causados pela pandemia de forma geral.

 O rodízio de horários de funcionamento de estabelecimentos, a aferição de temperaturas e principalmente, a manutenção de boas práticas de higienização já tão conhecidas por toda a sociedade, poderiam oferecer um equilíbrio entre o cenário de caos, tanto por parte da tragédia humana causada pela ausência de políticas públicas de saúde, quanto do entendimento geral de que ações individuais podem culminar em ações coletivas para todos. 

A realidade do estado da Bahia, assim como o próprio cenário nacional, pede que novas posições sejam tomadas, especialmente no enfrentamento e combate da pandemia de forma estratégica e sistematizada, uma vez que as restrições previstas pelos decretos e suas atualizações parecem surgir pouco ou quase nenhum efeito onde mais se precisa, nos leitos e nas capacidades dos hospitais.




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