O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atribuiu ao
presidente Jair Bolsonaro (PL), seu principal adversário da disputa eleitoral,
a responsabilidade pela morte de um apoiador do petista em Mato Grosso, na
quinta (8). Ele disse que tentou localizar a família de Benedito Cardoso dos
Santos na manhã deste sábado (10), mas que não conseguiu. Afirmou também que
pediu ao senador Paulo Rocha (PT-PA) para buscar informações sobre seus familiares.
“O PT tem a obrigação de saber todas as coisas para ajudar
essa família que foi vítima do genocida chamado Bolsonaro”, disse Lula. Nesta
quinta, em Confresa, a 1.160 km de Cuiabá (Mato Grosso), um homem que defendia
o ex-presidente Lula foi morto por um bolsonarista após uma discussão.
Autor do crime, Rafael de Oliveira, 24, passou por audiência
de custódia, e a Justiça de Mato Grosso o manteve em prisão preventiva. Segundo
a polícia, ele confessou ter matado a facadas o colega de trabalho depois de uma
discussão política. Ainda de acordo com as autoridades, o autor tentou
decapitar a vítima e, após o crime, filmou o corpo. O ex-presidente participou
de comício em Taboão da Serra, em São Paulo, neste sábado. Lula já havia
comentado o assassinato de Benedito, na sexta, usando termos como intolerância,
ódio e selvageria.
“É com muita tristeza que soube da notícia do assassinato de
Benedito Cardoso dos Santos, na zona rural de Confresa. A intolerância tirou
mais uma vida. O Brasil não merece o ódio que se instaurou nesse país. Meus
sentimentos à família e aos amigos de Benedito”, escreveu o petista em uma rede
social. Em seguida, no Rio de Janeiro, disse que “o país caminha para uma
selvageria que até então desconhecíamos”. “É uma demonstração do clima de ódio
estabelecido no processo eleitoral. Uma coisa totalmente anormal.”
No evento deste sábado, Lula comentou pesquisa Datafolha
divulgada nesta sexta-feira (9) e afirmou que Bolsonaro “não dormiu” após o
resultado. O levantamento mostrou o ex-presidente liderando a corrida de
primeiro turno com 45% das intenções de voto, ante 34% de Bolsonaro. “A
quantidade de dinheiro que ele está gastando, quantidade de coisa que ele está
tentando fazer com medo que a gente ganhe lá. Quero que ele saiba que ele pode
dar o dinheiro do mundo que ele não vai comprar a consciência de 215 milhões de
brasileiros”, disse Lula.
Victoria Azevedo / Folhapress
