Eures Ribeiro (PSD), prefeito de Bom Jesus da Lapa, se defendeu da denĂșncia feita pelo MinistĂ©rio PĂșblico Federal (MPF) revelada pelo Bahia NotĂcias com exclusividade nesta sexta-feira (veja aqui e aqui). De acordo com o pedido de afastamento do cargo apresentado pelo ĂłrgĂŁo de Justiça, Eures lidera um esquema de desvios de dinheiro pĂșblico que jĂĄ teria movimentado R$ 12 milhĂ”es nos Ășltimos 5 anos em Bom Jesus da Lapa e em Serra do Ramalho.
“Ainda nĂŁo fui notificado dos autos do processo e o MinistĂ©rio PĂșblico Federal ainda nĂŁo me chamou para depor. Vivemos em um paĂs que permite o direito a defesa e, durante processo legal, mostrarei que tais fatos nĂŁo sĂŁo verĂdicos”, declarou Eures.
O prefeito foi investigado pela contratação da empresa Prestação de Serviços, Transporte e Locação Ltda (PSTL) do aliado polĂtico e prefeito de Serra do Ramalho, Ătalo Silva (PSD). A empresa presta o serviço de transporte escolar do municĂpio gerido por Eures e, segundo o MPF, teria ajudado a levantar as quantias milionĂĄrias no esquema.
“O que se pagava para o transporte escolar no começo da minha gestĂŁo [em 2013], eu ainda pago hoje. NĂŁo hĂĄ como ter superfaturamento em um contrato que nem ao menos teve aumento, mesmo com a alta da gasolina”, defendeu Eures. O prefeito apontou que estabeleceu o contrato com a empresa de Ătalo Silva antes do aliado entrar na polĂtica e, por conta disso, nĂŁo hĂĄ motivos para se duvidar da lisura da relação comercial.
O gestor ainda disse que as acusaçÔes de que teria utilizado ameaças e chantagem para tentar abafar denĂșncias contra o seu nome sĂŁo “mĂĄgoa de uma oposição derrotada” em Bom Jesus da Lapa. Uma testemunha da peça do MPF diz que Eures chegou a mandar um assessor incendiar sua casa.
“Eu sĂł fico triste por terem tratado como testemunha um opositor que foi derrotado na urna. Ele tenta me denunciar em tudo que Ă© lugar por conta da mĂĄgoa de quem ficou em terceiro lugar e teve menos de 700 votos. Quem me conhece sabe que eu nĂŁo sou violento e nĂŁo me comportaria assim”, comentou. Eures ainda disse que o assessor MĂĄrio Filardi, apontado nos testemunhos, nĂŁo trabalha mais com ele e nem mora na cidade.
Um relatĂłrio da Receita Federal que consta na peça diz que Filardi e Eures moram na mesma casa no municĂpio.
O prefeito ainda afirmou que Ă© impossĂvel alguĂ©m que teria desviado R$ 12 milhĂ”es de verba pĂșblica, ter as contas do municĂpio em dia. “Eu respeito o MPF e acredito que ele tem que investigar. Vou responder aos questionamentos que ainda nĂŁo tive a oportunidade de responder no momento certo, mas estou pronto para comprovar a minha inocĂȘncia”, falou.
“Eu sou uma pessoa humilde. AtĂ© minha casa Ă© alugada. Eu tenho uma vida simples, nĂŁo ando com segurança. Tenho R$ 30 milhĂ”es em caixa [no municĂpio] e sou acusado de desviar R$ 12 milhĂ”es? Todas essas coisas me deixam muito chateado, mas vamos comprovar que essa denĂșncia Ă© inverĂdica e os testemunhos foram guiados por mĂĄgoa”, destacou o prefeito que se colocou Ă disposição para prestar esclarecimentos ao MPF.
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